quinta-feira, 4 de novembro de 2010


Conclui neste ano a minha 27ª volta em torno do sol. Brasileiro, nasci na crise e pelo jeito vou morrer nela. Afinal com governantes que começam a trabalhar na quarta e terminam a semana na quinta-feira estamos fodidos. Matam a segunda, a terça, a sexta-feira e o futuro desta terra tupiniquim.

Roubam o povo e não são presos. Tem imunidade parlamentar. Nunca vi um ir para cadeia. Seguem fazendo com que o Brasil tenha dois pesos e duas medidas. Aliás, justiça no Brasil é para quem pode pagar.

No meu Brasil, em ano de eleição, quebram a lei “cidade limpa” e emporcalham as ruas com palanques, santinhos e muitos folders. Pessoas empunhando bandeiras do inimigo, trabalhando por uma mixaria em campanhas milionárias. O coração está do outro lado, mas a necessidade fala mais alto.

Nos palanques e em carros de som, escutamos antigos patrões dizendo que são ricos, que poderiam estar cuidando do próprio negócio, mas por amor ao povo e a a nação, escolheram a política como opção para ajudar os mais pobres.

Mas quem são eles para falar de amor? Se os mesmos não tem noção do que é não ter o básico. Dos seus helicópteros não conseguem enxergar crianças de pés descalços, do amarelo ao vermelho, vendendo picolé, amendoim e cocada. Velhos morando nas ruas, no inverno, morrendo (literalmente) de frio.

Desde a minha 14ª volta escuto promessas de que as coisas irão melhorar, que o Brasil pode mais, que somos o país do futuro.

Como acreditar? Se são os mesmos de outras eleições que prometeram e não cumpriram com a palavra? Esse futuro nunca chega!

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