quarta-feira, 21 de dezembro de 2011



Advinha quem está de volta na praça! Não sou da ex-quadrilha da fumaça, mas tô na área.

Vim trazer notícias - e não são boas - do mundo e de nossa Terra Tupiniquim, mais conhecida como Brasil.

A coisa está feia, as pessoas estão cada vez mais distantes de serem “humanas”. Não há pedidos ou cobranças de desculpas. Ninguém mais se fala. Estão mais para animais.

Reflexo da falta de investimento em cultura e educação.

Percebe-se que a única diferença ente as pessoas e os macacos é a capacidade de compreensão e percepção da realidade. No mundo inteiro. O planeta está parecido com o dos macacos.

Em São Paulo, o Gov. Alckimin (PSDB-SP) anunciou que será incluso, na grade do ensino médio, a matéria de sociologia. Seria um motivo para comemorar. Seria, pois para isso, a carga horária de português e matemática (matérias em que os alunos têm mais dificuldades) serão reduzidas.

A produção artística (para as massas) se adaptou a essa realidade e os produtores de cinema, por exemplo, escolhem filmar HQs com um público já consolidado (tipo Capitão América, Homem Aranha e Batman) e não se arriscam em uma temática nova.

Na música acontece o mesmo. Gravadoras determinam como artista deve se vestir, o que falar e pagam as rádios para tocar suas músicas (o velho conhecido Jaba). O rock já não é o mesmo. Acabou a atitude rock n´roll. No Rock in Rio 2011, os roqueiros são caretas e não usam drogas, mas escutam Cláudia Leite e Ivete Sem Galo. Ou seja, estão utilizando drogas pelo ouvido.

Os livros são escritos para entreter e não mais para reflexão. As editoras reescrevem finais, cortam trechos, com objetivo de deixar o livro mais comercial.

No teatro a coisa ta feia, se comparada há 50 anos.
Hoje o público é impaciente e não aguenta mais que 1:30hs de peça. A fórmula mágica do sucesso de público e bilheteria é uma comédia com atores globais. Peça que aborda a temática relacionada com a periferia, o modo de vida, o sistema, a polícia, não existem, pois não faz sucesso com o público.

Faltou continuidade da proposta do grande Gianfrancesco Guarnieri, que em 1950 apresentou “Eles não usam black tié”. Sim! O avô do Lucas Silva e Silva do Mundo da Lua escreveu uma peça onde, no lugar de cenários pomposos e figurinos luxuosos, havia apenas os elementos de cena indispensáveis e ao invés de personagens ricos e nobres, os operários e os moradores do morro foram os protagonistas. Pela primeira vez na história do Brasil, os conflitos da realidade brasileira ganhavam espaço na caixa cênica.

Guarniere foi pioneiro na temática social, escrevendo uma peça com preocupações ligadas à representação de uma camada específica da sociedade brasileira. A peça tem como tema as greves sindicais daquela época. O texto é um rico debate sobre as grandes verdades eternas, mas o legal mesmo são as reflexões sobre a condição humana.

Inovou trazendo para o palco problemas sociais e entrou para história. Sua peça virou livro e filme, este último estrelado pelo próprio Guarnieri, Fernanda Montenegro e grande elenco. Peça e filme trazem uma canção feita por Adoniran Barbosa.

A impressão que tenho é que, a arte em geral, está regredindo. Ficando mais careta.

Está ficando insuportável viver assim. Estou pensando em ir embora de vez, para pasárgada!

Não encontrei nenhum link para baixar o livro e nem o filme “Eles não usam Black Tie”.

Neste caso não tem jeito! Vá logo à biblioteca mais próxima de sua casa (se houver) e pergunte ao bibliotecário pelo senhor “Giafrancesco Guarniere”!

@BibliotecarioSP

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Necessidade quase que fisiológica

Li muitas críticas sobre minha coluna e a única que resolvi responder foi essa: “...perder o maior tempo escrevendo para ninguém...”
Sinceramente não escrevo pensando em vocês, caros leitores amigos do Rei. Escrevo como desabafo, não consigo ficar calado diante dos absurdos que acontecem aqui nesta terra tupiniquim. O que importa, na minha humilde opinião, é o conteúdo e não quantas pessoas leram. E se esse texto não chegar até você, é porque não é para você ser o leitor.

Escrevo por necessidade, quase que fisiológica.
Como um cocô que nos aflige quando manda o sinal de que já está chegando, é como me sinto quando não escrevo. Minha sensação depois que o texto está pronto é como a sensação que temos quando o tal do cocô é libertado e pula em seu mergulho de ponta rumo as águas profundas da privada.

E por falar em merda, o assunto de hoje é o escritor brasileiro mais lido do mundo! O mago Paulo Coelho.

Li e por isso posso falar mal. O alquimista peguei para ler porque era muito fã do Raul Seixas e as musicas feitas em parceria entre os dois eram muito boas. Depois li Verônika decide morrer só para ter argumento para criticá-lo.
O cara que faz apologia a ignorância em seus livros, sempre reforçando que instrução intelectual não é algo tão necessário, não sei como, se tornou membro da ABL (Academia Brasileira de Letras).
Em O alquimista, o narrador se desfaz de um livro por considerá-lo “um peso inútil”!
Em Veronika decide morrer, o médico afirma que a personagem tem uma necrose no "ventríloquo” e não no ventrículo. Pior do que deixar passar os erros é declarar: “Deus pode estar escondido naquele cê-cedilha mal colocado”.

Paulo Coelho faz questão de passar uma visão otimista e ingênua do mundo e isso me irrita profundamente. Seus livros são, 60% encheção de linguiça, nos outros 40% ele se perde na inconsistência. Em O alquimista, a constituição de uma personagem é claramente inspirada na Bíblia, misturando elementos de Gênesis e Levítico que, segundo a narrativa bíblica, nada têm em comum.

Sou o @bibliotecarioSP. Um dos amigos do Rei! Escrevo sobre livros e de vez em quando sobre merdas na sexta-feira.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Favela


Hoje vou dar uma de cineasta brasileiro e falar sobre a favela.

Ela está presente em todas as cidades brasileiras. Normalmente neste lugar, a cada 10 casas, 5 são botecos, 3 são igrejas evangélicas e 2 são boca de fumo.

No fim de semana, os carros com os porta-malas aberto tocam o funk proibidão e as piriguetis em volta, dançam com a mão no joelho balançando a bunda com a roupa mais apertada possível.

É uma terra sem lei, onde anda-se de moto sem capacete e sem habilitação. Por falar em lei, lá a polícia não precisam de mandato para invadir sua casa e você não precisa ser ladrão para ser preso, pois o flagrante é forjado. Desigualdade no Brasil tem cor. o cotidiano da favela é difícil, mas se você tem a pele negra as coisas podem piorar.

Mas se até no lixão nasce flor, porque lá seria diferente? É na “saudosa maloca”, o berço do samba, idolatrado pelos sambistas e esquecido pelos políticos brasileiros, que a revolução começa surgir. No dia 21 de maio deste ano inaugurou no Parque Santo Antônio (extremo sul da Z/S de São Paulo) a “Biblioteca Para Todos”. Trata-se te uma iniciativa não governamental (claro) de incentivo a leitura e promoção da cultura. Confira aqui a reportagem.

Os autores do livro “Cabeça de Porco” (Luiz Eduardo Soares, MV Bill e Celso Athayde) se diferenciaram dos demais escritores que abordaram esse o assunto porque não romantizaram o bandido. Eles realizaram uma pesquisa em diversos estados brasileiros sobre os jovens na vida do crime e suas razões. O livro traz também um conjunto de pesquisas e registros etnográficos sobre juventude, violência e polícia.

Se você tem um Kindle e leu esse post até aqui, parabéns!!! Clique aqui e baixe o livro sem pagar um centavo (aliás, acho que vou falar sobre direitos autorais no próximo post). Mas se você não tem o Kindle, paciência, a tendência é o preço cair com o tempo. Se conseguir, leia na tela do seu PC mesmo, mas neste caso, recomendo o papel.

Boa leitura!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Liberdade de expressão

Sou um bibliotecário brasileiro. Exercer essa profissão nesta terra tupiniquim onde se lê, em média, menos de 2 livros por ano é o meu maior desafio. Minha revolução é silenciosa e minha vitória não será por acaso.
Por falar em revolução, nas últimas semanas vocês devem ter acompanhado a repressão policial em São Paulo, onde no último dia 21 de maio a polícia dispersou a bala uma manifestação que pedia a legalização da maconha. Tenho muito a dizer sobre a legalização ou não dassa droga, mas neste momento há algo mais importante a ser discutido: liberdade de expressão.
Não há mais ditadura no Brasil, vivemos em um Estado democrático, mas a censura nunca deixou de existir. Um exemplo claro disso foi a demissão do jornalista Heródoto Barbeiro da TV Cultura (subsidiada pelo governo de São Paulo). O mesmo foi demitido depois que falou mal das obras (atrasadas) do metrô de São Paulo.
Quanto mais longe dos livros estivermos, mais perto de sermos alienados e manipulados estaremos.
Atualmente grande parte da população “se informa” por meio da televisão. Se informa entre parênteses porque são informações desencontradas que só confundem os telespectadores. O Partido da Mídia Golpista (PMG) brasileira informa de forma tendenciosa, seguindo sempre os interesses de seus patrocinadores. Essa situação me faz lembrar do livro 1984, onde o autor George Orwel descreve com perfeição como uma sociedade é facilmente manipulada. O livro conta a história de Winston, um jovem que vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde o direito individual não existe. Quem está com o controle é o “BigBrother” que vigia e controlada pelo por meio da televisão, rádio e jornais.
Seria ilusão esperar que a televisão brasileira contribuísse para o desenvolvimento cultural das pessoas. Pois um povo com senso crítico e politizado não perderia 1 hora por dia da sua vida assistindo novelas. Se você ainda não leu 1984, o e-book você baixa aqui. Mas se você é saudosista e prefere o “papel”, pergunte ao bibliotecário da biblioteca mais próxima da sua casa (se bem que estamos no Brasil, acho difícil ter uma biblioteca próximo da sua casa) ou então compre na Saraiva ou Livraria Cultura.

Boa leitura!!!

sábado, 12 de março de 2011

Dia do bibliotecário


Há três tipos de gente: os que não sabem o que acontece, os que sabem que acontece e os que fazem acontecer.

Minha missão é acabar com as que não sabem mostrando o cominho do saber.

12 de março, Brasil, Século XXI

quinta-feira, 4 de novembro de 2010


Conclui neste ano a minha 27ª volta em torno do sol. Brasileiro, nasci na crise e pelo jeito vou morrer nela. Afinal com governantes que começam a trabalhar na quarta e terminam a semana na quinta-feira estamos fodidos. Matam a segunda, a terça, a sexta-feira e o futuro desta terra tupiniquim.

Roubam o povo e não são presos. Tem imunidade parlamentar. Nunca vi um ir para cadeia. Seguem fazendo com que o Brasil tenha dois pesos e duas medidas. Aliás, justiça no Brasil é para quem pode pagar.

No meu Brasil, em ano de eleição, quebram a lei “cidade limpa” e emporcalham as ruas com palanques, santinhos e muitos folders. Pessoas empunhando bandeiras do inimigo, trabalhando por uma mixaria em campanhas milionárias. O coração está do outro lado, mas a necessidade fala mais alto.

Nos palanques e em carros de som, escutamos antigos patrões dizendo que são ricos, que poderiam estar cuidando do próprio negócio, mas por amor ao povo e a a nação, escolheram a política como opção para ajudar os mais pobres.

Mas quem são eles para falar de amor? Se os mesmos não tem noção do que é não ter o básico. Dos seus helicópteros não conseguem enxergar crianças de pés descalços, do amarelo ao vermelho, vendendo picolé, amendoim e cocada. Velhos morando nas ruas, no inverno, morrendo (literalmente) de frio.

Desde a minha 14ª volta escuto promessas de que as coisas irão melhorar, que o Brasil pode mais, que somos o país do futuro.

Como acreditar? Se são os mesmos de outras eleições que prometeram e não cumpriram com a palavra? Esse futuro nunca chega!

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Eleições 2010


A Eleição no Brasil é um nojo. Quem tem mais grana para fazer propaganda ganha.

É foda ter que ir votar. Ainda mais nessa (que são cinco cargos) que o povo, uma boa parte de analfabetos funcionais, demora demora pra votar e causam a maior fila!

Mas já que é uma obrigação votar e é melhor ainda discutir o assunto livremente, vamos lá:


Presidente Marina 43.
Porque a onda verde vai levá-la para o segundo turno.

Governador Mercadante 13.
Porque está na hora de alternar o partido que governa o Estado.

Senadores Marta 133 e Ricardo Young 430
Marta pelo trabalho que ela fez na capital e o Young porque é do senador da Marina.

Deputado Federal Luiza Erundina 4021
Porque desde que foi a primeira a primeira prefeita representando um partido de esquerda em São Paulo (em 1988) continua com os mesmos princípios éticos Deputado Estadual Professor Emerson Lima 43453.
Porque não vou reeleger nenhum deputado estadual. A renovação nesta câmara é extremamente necessária.